Programa de asfaltamento contínuo chegou a Vila Brasília. Quando chegará ao Santa Rafaela?

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Coisas estranhas em Montes Claros (Parte II)

O texto que segue abaixo é um texto que escrevi no dia após a apresentação do pacote do bem (só não se sabe o bem de quem), e que eu não publiquei por medo de represálias ao bairro do qual sou presidente da associação de moradores e que, para além de meia duzia de postes de iluminação e a visita da roçadeira (uma semana antes das eleições), não viu mais nada em DOIS ANOS DE MANDATO.

Dizem que agora é que é. Agora é que vamos ver o que é boa gestão da administração. Então, correndo o risco de ser chamado de manobrista político, de viuva do ex-prefeito, de adepto do quanto pior melhor, deixo aqui o relato do que vi no auditório da OAB.



PREFEITO ASSUME RESPONSABILIDADE DE PREJUIZO NA PREFEITURA?

Confesso que fiquei desiludido quando na passada quinta-feira vi o prefeito Tadeu Leite apresentar o seu pacote de obras que pretende realizar até ao final do ano. Pensei que ele ia tirar alguma carta da manga e reverter o jogo político. Mas não. Apesar de algumas honrosas exceções, aquilo que vimos foi mais do mesmo.

Dessas honrosas exceções saliento o Prof. André Mori, que tirando a questão da Minha Casa Minha Vida (que para a administração é uma obra da prefeitura em parceria com o Governo Federal), apresentou um programa muito interessante e que, sinceramente, espero que consiga ser executado.

Também vi um bom programa apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente. O programa que não seria difícil de executar, mas que teria muitos problemas de manutenção, dadas as conhecidas dificuldades de tesouraria. Mas fica registrado que os parques Guimarães Rosa e das Mangueiras, entre outros, não estão esquecidos.

E, por fim, o projeto da Secretaria da Educação, o qual eu torço, mas torço muito, para que consigam executar (centro de formação de professores, informatização de TODAS as escolas municipais e o programa um computador por aluno, etc) juntamente com todos os outros que até já fizeram parte do orçamento do ano passado, como a construção da escola do Bairro Santa Rafaela que, teimosamente, não sai do papel.

Do mais, nada de novo. Promessas, promessas e promessas.

Mas, o que mais marcou esta espetacular apresentação de pacote de obras foi a falta de visão e a confirmação da competência duvidosa desta administração.

Não só foram apresentadas obras que já foram inauguradas em Setembro, como a UBS do Santo Inácio (estavam distraídos ou achavam que estávamos todos distraídos?), como o próprio prefeito admitiu que uma obra financiada pelo PAC no valor de 16 milhões de Reais poderá não ser executada se os moradores do Conjunto Cristo Rei não o quiserem (depois de fazerem o projeto e receberem o aval e o dinheiro da obra é que vão perguntar se a população aceita o projeto?). O projeto é muito bom e duvido que haja algum morador que não o queira, mas me parece que o mais inteligente era ter feito a coisa ao contrário, só para não correr riscos. Mas isso é só uma opinião.

Contudo, o melhor da festa foi o prefeito assumir, alto e em bom som, que, supostamente, é responsável pelo prejuízo de 13 milhões de reais nos cofres da prefeitura.

Na apresentação do pacote da Secretaria de Obras, o próprio prefeito revelou que 13 Milhões de Reais, tirados do financiamento à Caixa Federal Econômica, que recentemente foi aprovado, seriam destinados às obras das avenidas sanitárias do Bicano, Vargem Grande e Pai João. “Obra que eu herdei da administração passada” – salientou.

Contudo, segundo fontes que trabalharam na administração passada, esqueceu de revelar que essas mesmas obras que herdou, que eram OBRAS FEDERAIS, já tinham, a quando da sua posse, verbas aprovadas e disponibilizadas pela união e em fase de conclusão técnica para que a Caixa Econômica Federal as liberasse para a prefeitura, e que, se vai saber porquê, deixou que se perdessem. O contrato nº 242763-39 de 2007 liberava R$ 4.943.600,00 (quatro milhões novecentos e quarenta e três mil e seiscentos reais) para a obra da avenida do Bicano, e um outro contrato liberava cerca de cinco milhões para a avenida da Vargem Grande através do Habitat Brasil Bird (HBB). Ambos, lembro, em fase de ajustes finais que não foram feitos pela prefeitura então recentemente empossada, segundo os mesmos responsáveis que firmaram os referidos contratos.

Assim, uma obra que, ao que tudo indica, poderia ter sido realizada a custo zero (pois as verbas eram federais e a fundo perdido), e ainda ter trazido algum lucro, pois iriam ser realizadas pela ESURB, passaram a custar aos cofres do município, conforme anunciado pelo prefeito, a módica quantia de 13 (TREZE) milhões de reais (e mais 6% de juro ao ano). Como se diria em boa gíria popular: É OSSO!

Mas, mais uma vez, lembro que o Sr. Prefeito é detentor de um mandato popular, conferido democraticamente pelo povo montesclarense, e que este não cometeu nenhum crime ao proceder desta forma.

E, mais uma vez, o que eu já não acho normal, é termos uma câmara que não repare nestes “pequenos” pormenores e continue a aplaudir de pé o esbanjamento de dinheiro público. Temos uma Câmara Municipal que está mais preocupada em saber quanto é que cada vereador vai ter de asfalto para distribuir para a sua campanha de reeleição do que em fiscalizar os bens da polis. É a inversão dos poderes. Temos um executivo preocupado em legislar em causa própria e um legislativo à procura dumas migalhinhas para executar.

Por fim, e porque os interesses já se começaram a mexer, e os outros 10 Milhões que sobraram do financiamento à Caixa estão aí para serem gastos, já correm pelos bairros da cidade os boatos das ruas que vão ser asfaltadas. E já há donos de terrenos e de casas para vender a fazer de tudo para fazer o tão sonhado asfalto passar nas ruas dos seus imóveis (os tais que supostamente seriam financiados pela caixa, mas que não podem ser vendidos porque as ruas não têm asfalto), de modo a os valorizar e a desbloquear os financiamentos da Caixa, sem ter em conta os verdadeiros interesses dos bairros. Na parte que me toca (Bairro Santa Rafaela), e como presidente da associação de moradores, estou atento e preparado para recorrer ao Ministério Público se assim for necessário.

Só para que conste, o Bairro Santa Rafaela apresentou um projeto de asfaltamento de ruas num total de 2.625 mts. A saber, por ordem de prioridade: 1º - Av. Geralda Monteiro (330 mts + 160 mts); 2º - Rua Martiliano (450 mts); 3º - Rua Pe Tadeu Carvalho (190 mts); 4º - Rua 3 (180 mts); 5º - Rua Geralda Ribeiro (215 mts); 6º - Rua Juvenita Pereira (110 mts); 7º - Rua Crispina Oliveira (330 mts); 8º - Rua Pe Rubens Magalhães (160 mts); 9° - Rua Vicente Silva (140 mts + 40 mts); 10º - Rua Frei Damião (40 mts + 70 mts); 11º - Av. D. Izabel (180 mts).

Nada de mais se tivermos em conta que o Sr. Prefeito, antes da posse mas já eleito, afirmou que o Santa Rafaela era um dos quatro bairros prioritários a ser trabalhado e que em mais de dois anos praticamente não fez nada.

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