Programa de asfaltamento contínuo chegou a Vila Brasília. Quando chegará ao Santa Rafaela?

domingo, 3 de abril de 2011

Estava admirado de ainda não ter recebido uma destas

Olha o mimo de mensagem que recebi no meu facebook. Será que preciso de ficar com medo de em breve ver gente encapuzada e de tochas acesas em frente à minha casa?

Emily Guimarães 03 de abril às 09:15 Denunciar
Vc é muito mal informado e tendencioso. Vc trabalha na sec de saúde? Se tem tantas provas, pq não denuncia ao ministerio publico? As contas da prefeitura foram aprovadas pelo TCE. E isso é o que vale.Todos sabemos qual é a sua. Tendencioso e politiqueiro. Vc devia gostar mais quando estava no governo, aquele ficha suja. Se ta tudo tão ruim, volta pro seu País. Vem pro País dos outros posar de dono da verdade. Tendencioso e oportunista. Vc não engana a ng. Esse falatório mentiroso todo seu, tem uma finalidade. Denuncia se faz com prova. Eu confio nessa administração e não vai ser nh imigrante que vai mudar minha opinião. Ve se te manca. Mentiroso.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Coisas estranhas em Montes Claros (Parte II)

O texto que segue abaixo é um texto que escrevi no dia após a apresentação do pacote do bem (só não se sabe o bem de quem), e que eu não publiquei por medo de represálias ao bairro do qual sou presidente da associação de moradores e que, para além de meia duzia de postes de iluminação e a visita da roçadeira (uma semana antes das eleições), não viu mais nada em DOIS ANOS DE MANDATO.

Dizem que agora é que é. Agora é que vamos ver o que é boa gestão da administração. Então, correndo o risco de ser chamado de manobrista político, de viuva do ex-prefeito, de adepto do quanto pior melhor, deixo aqui o relato do que vi no auditório da OAB.



PREFEITO ASSUME RESPONSABILIDADE DE PREJUIZO NA PREFEITURA?

Confesso que fiquei desiludido quando na passada quinta-feira vi o prefeito Tadeu Leite apresentar o seu pacote de obras que pretende realizar até ao final do ano. Pensei que ele ia tirar alguma carta da manga e reverter o jogo político. Mas não. Apesar de algumas honrosas exceções, aquilo que vimos foi mais do mesmo.

Dessas honrosas exceções saliento o Prof. André Mori, que tirando a questão da Minha Casa Minha Vida (que para a administração é uma obra da prefeitura em parceria com o Governo Federal), apresentou um programa muito interessante e que, sinceramente, espero que consiga ser executado.

Também vi um bom programa apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente. O programa que não seria difícil de executar, mas que teria muitos problemas de manutenção, dadas as conhecidas dificuldades de tesouraria. Mas fica registrado que os parques Guimarães Rosa e das Mangueiras, entre outros, não estão esquecidos.

E, por fim, o projeto da Secretaria da Educação, o qual eu torço, mas torço muito, para que consigam executar (centro de formação de professores, informatização de TODAS as escolas municipais e o programa um computador por aluno, etc) juntamente com todos os outros que até já fizeram parte do orçamento do ano passado, como a construção da escola do Bairro Santa Rafaela que, teimosamente, não sai do papel.

Do mais, nada de novo. Promessas, promessas e promessas.

Mas, o que mais marcou esta espetacular apresentação de pacote de obras foi a falta de visão e a confirmação da competência duvidosa desta administração.

Não só foram apresentadas obras que já foram inauguradas em Setembro, como a UBS do Santo Inácio (estavam distraídos ou achavam que estávamos todos distraídos?), como o próprio prefeito admitiu que uma obra financiada pelo PAC no valor de 16 milhões de Reais poderá não ser executada se os moradores do Conjunto Cristo Rei não o quiserem (depois de fazerem o projeto e receberem o aval e o dinheiro da obra é que vão perguntar se a população aceita o projeto?). O projeto é muito bom e duvido que haja algum morador que não o queira, mas me parece que o mais inteligente era ter feito a coisa ao contrário, só para não correr riscos. Mas isso é só uma opinião.

Contudo, o melhor da festa foi o prefeito assumir, alto e em bom som, que, supostamente, é responsável pelo prejuízo de 13 milhões de reais nos cofres da prefeitura.

Na apresentação do pacote da Secretaria de Obras, o próprio prefeito revelou que 13 Milhões de Reais, tirados do financiamento à Caixa Federal Econômica, que recentemente foi aprovado, seriam destinados às obras das avenidas sanitárias do Bicano, Vargem Grande e Pai João. “Obra que eu herdei da administração passada” – salientou.

Contudo, segundo fontes que trabalharam na administração passada, esqueceu de revelar que essas mesmas obras que herdou, que eram OBRAS FEDERAIS, já tinham, a quando da sua posse, verbas aprovadas e disponibilizadas pela união e em fase de conclusão técnica para que a Caixa Econômica Federal as liberasse para a prefeitura, e que, se vai saber porquê, deixou que se perdessem. O contrato nº 242763-39 de 2007 liberava R$ 4.943.600,00 (quatro milhões novecentos e quarenta e três mil e seiscentos reais) para a obra da avenida do Bicano, e um outro contrato liberava cerca de cinco milhões para a avenida da Vargem Grande através do Habitat Brasil Bird (HBB). Ambos, lembro, em fase de ajustes finais que não foram feitos pela prefeitura então recentemente empossada, segundo os mesmos responsáveis que firmaram os referidos contratos.

Assim, uma obra que, ao que tudo indica, poderia ter sido realizada a custo zero (pois as verbas eram federais e a fundo perdido), e ainda ter trazido algum lucro, pois iriam ser realizadas pela ESURB, passaram a custar aos cofres do município, conforme anunciado pelo prefeito, a módica quantia de 13 (TREZE) milhões de reais (e mais 6% de juro ao ano). Como se diria em boa gíria popular: É OSSO!

Mas, mais uma vez, lembro que o Sr. Prefeito é detentor de um mandato popular, conferido democraticamente pelo povo montesclarense, e que este não cometeu nenhum crime ao proceder desta forma.

E, mais uma vez, o que eu já não acho normal, é termos uma câmara que não repare nestes “pequenos” pormenores e continue a aplaudir de pé o esbanjamento de dinheiro público. Temos uma Câmara Municipal que está mais preocupada em saber quanto é que cada vereador vai ter de asfalto para distribuir para a sua campanha de reeleição do que em fiscalizar os bens da polis. É a inversão dos poderes. Temos um executivo preocupado em legislar em causa própria e um legislativo à procura dumas migalhinhas para executar.

Por fim, e porque os interesses já se começaram a mexer, e os outros 10 Milhões que sobraram do financiamento à Caixa estão aí para serem gastos, já correm pelos bairros da cidade os boatos das ruas que vão ser asfaltadas. E já há donos de terrenos e de casas para vender a fazer de tudo para fazer o tão sonhado asfalto passar nas ruas dos seus imóveis (os tais que supostamente seriam financiados pela caixa, mas que não podem ser vendidos porque as ruas não têm asfalto), de modo a os valorizar e a desbloquear os financiamentos da Caixa, sem ter em conta os verdadeiros interesses dos bairros. Na parte que me toca (Bairro Santa Rafaela), e como presidente da associação de moradores, estou atento e preparado para recorrer ao Ministério Público se assim for necessário.

Só para que conste, o Bairro Santa Rafaela apresentou um projeto de asfaltamento de ruas num total de 2.625 mts. A saber, por ordem de prioridade: 1º - Av. Geralda Monteiro (330 mts + 160 mts); 2º - Rua Martiliano (450 mts); 3º - Rua Pe Tadeu Carvalho (190 mts); 4º - Rua 3 (180 mts); 5º - Rua Geralda Ribeiro (215 mts); 6º - Rua Juvenita Pereira (110 mts); 7º - Rua Crispina Oliveira (330 mts); 8º - Rua Pe Rubens Magalhães (160 mts); 9° - Rua Vicente Silva (140 mts + 40 mts); 10º - Rua Frei Damião (40 mts + 70 mts); 11º - Av. D. Izabel (180 mts).

Nada de mais se tivermos em conta que o Sr. Prefeito, antes da posse mas já eleito, afirmou que o Santa Rafaela era um dos quatro bairros prioritários a ser trabalhado e que em mais de dois anos praticamente não fez nada.

Coisas estranhas em Montes Claros (parte I)

30 mil novos empregos criados em Montes Claros

Ontem, 31 de Março, estive presente na Câmara Municipal de Montes Claros, na Audiência Pública sobre geração de emprego e renda, com a presença do Secretário de Estado do Trabalho Carlos Pimenta.

Sem dúvida uma Audiência Pública muito pertinente em virtude daquilo que se passa em Montes Claros relativo a este assunto.

Para além dos motivos profissionais que me levaram a estar presente, confesso que estava curioso para ouvir algumas explicações relativamente à propaganda da prefeitura que dá conta de que Montes Claros teria criado mais de trinta mil postos de trabalho no ano de 2010.

É que, em contas rápidas, e para quem não anda distraído com estas coisas da vida econômica da cidade, tendo em conta que a cidade tem cerca de 360 mil habitantes, dos quais 180 mil (50%) são ativos economicamente, e que a taxa de desemprego no Brasil é de 6% (6% de 180 mil são 19.440), dizer que a cidade criou 30 mil empregos é dizer que não só não há desemprego na cidade como falta muita mão de obra para preencher as vagas criadas.

Ora, todos sabemos que isso não corresponde à verdade. Infelizmente ainda existe muito desemprego na cidade. Pelo que concluímos que a propaganda que a prefeitura passa é completamente enganosa.

Na verdade, o que acontece é que durante 2010 foram contratados cerca de 30 mil trabalhadores, mas em compensação foram demitido cerca de 25.300, o que origina um saldo de aproximadamente 4.700. Este sim é o número de postos de empregos criados efetivamente em 2010. Valores que mostram que durante o atual mandato a criação de emprego na cidade dobrou.

Então estamos perante um caso de sucesso da atual administração? Infelizmente não!

Se tivermos em conta que metade deste número é idêntico ao número de servidores que foram contratados pela prefeitura e que em todo o Brasil os últimos dois anos foram anos de forte subida na criação de empregos, depressa constatamos que o município não só não teve um aumento significativo na criação de emprego como ainda constatamos facilmente que, obviamente, ficou muito abaixo da média nacional.

Aliás, o próprio secretário de estado fez questão de frisar que o ano de 2010 foi um ano excelente de crescimento econômico em Minas Gerais, que cresceu acima da média nacional, e que houve um extraordinário aumento de vagas, embora muito aquém da necessidade.

Todos sabemos que, mais uma vez infelizmente, Montes Claros não seguiu essa tendência e a sexta maior cidade de Minas Gerais cresceu abaixo da média do Estado e que, obviamente isso também se repercutiu no número de empregos criados. Para se ter uma idéia a média de criação de empregos mensal nos municípios no estado é de cerca de 800 vagas por mês e Montes Claros não chega aos 400 (é só dividir os 4.700 por 12). Mas, poderão perguntar: Mas não é BH que puxa essa média muito para cima? Sem dúvida. Contudo se observarmos os dados do Ministério do Trabalho encontramos cidades como Uberlandia, Uberaba, Nova Serrana e Contagem, todas com média perto ou acima de mil novos postos de trabalho por mês. Se Montes Claros é a sexta maior cidade do Estado então quer dizer que o nosso desenvolvimento não acompanha o crescimento populacional. E todos sabemos os problemas que isso trás.

Bem, contas feitas, podemos dizer a mesma frase que foi tão repetida durante a campanha eleitoral: ”Ainda que o prefeito fosse uma pedra” o emprego de Montes Claros cresceria sempre o que cresceu (sem contar com o número de contratados pela prefeitura, claro!).

Impelido então por estes números, que fiz questão de apresentar na dita audiência, e que não foram desmentidos por ninguém (nem pelo secretário de emprego do estado), perguntei à Câmara, que deveria fiscalizar o trabalho do executivo, que medidas a mesma tomou junto do município para alertar o Sr. Prefeito para este grave problema de falta de oferta de emprego na cidade, ao que o Vereador Athos Mameluque, que presidia à referida audiência, me respondeu, que em Fevereiro foram criados mais de 3 mil empregos (a mesma confusão dos 30 mil – na prática foram um pouco acima dos 900 - que é um record e são muito importantes, mas igualmente preocupantes dado que a maioria das contratações foram feitas por apenas uma empresa) e, confundindo o trabalho da Câmara com o do executivo, como se os dois fossem um só, me alertou para a criação de empregos pela empresa tele-marketing (2 mil vagas em Fevereiro e mais 800 em Abril), pela colocação dos concursados (mais dois mil) e para a criação da nova cidade industrial em Nova Esperança. Segundo ele, e tendo em conta o que perguntei as medidas da câmara de alerta ao executivo para o problema foram estas que acabei de enumerar (!!!).

Mas pronto. Mesmo aceitando esta confusão do Sr. Vereador, confundindo legislativo com executivo (coisa no mínimo estranha), fico mais uma vez bastante preocupados com a política de geração de emprego que os nossos responsáveis políticos têm desenvolvido.

Relativamente à criação da nova cidade industrial ainda é muito cedo para contar com ela. Para além da sua colocação geográfica, para mim muito discutível, ainda terão que ser criadas todas as infra-estruturas para que possa receber alguma empresa (urbanização, acessos, esgotos, etc).

Relativamente à colocação de concursados, se não estou em erro, os mesmos vão ocupar as vagas dos contratados. Ou seja, empata as contratações com as demissões.

E, por fim, a empresa de tele-marketing, essa sim criadora de postos de trabalho efetivos.

Não é que a sua vinda para Montes Claros não seja importante, claro que é. Contudo, Uma cidade do porte de Montes Claros não pode estar dependente de uma empresa como fonte de emprego e renda. Nas cidades mais pequenas, como por exemplo Várzea da Palma é que só existem duas fontes de emprego: no caso o poder público e a metalúrgica. Montes Claros tem que fugir destas estratégias.

Além disso, no caso de Montes Claros desenvolver o seu IDH (Indíce de Desenvolvimento Humano), como se espera, irá se verificar um aumento real dos salários, pelo que esta empresa, muito possivelmente em poucos anos, irá novamente mudar de cidade, pelas mesmas razões que a fizeram vir para Montes Claros.

Portanto, urge que o município tome medidas relativamente à política de captação de novas empresas para Montes Claros, quer para o seu desenvolvimento econômico quer para criação de novos e duradouros postos de emprego.

Também é fundamental que a Câmara Municipal deixe de brincar aos executivos e de andar preocupada com as cotas de asfalto que cada vereador vai receber e comece a cumprir a sua missão fiscalizadora sobre as medidas (ou falta delas) do executivo.

Voltando rapidamente à audiência pública, foi estranho que, num assunto desta importância, não tenham estado presentes nem os sindicatos trabalhistas (com exceção da CUT), nem grande parte da comunicação social, principalmente as televisões (falta de interesse na matéria?)

Por fim, e alertando para aquilo que eu penso que seja mais um sintoma de problema de empregabilidade no município, a tão badalada notícia da criação de muitas novas empresas no município, principalmente de serviços, pode não ser tão bom como se julga.

Montes Claros, pólo universitário, me parece, e aqui é mesmo só um palpite que pode estar redondamente errado por falta de dados concretos, parece não ter demanda para tanto novo licenciado, pelo que os mesmo, para fugirem do desemprego, tentam abrir o seu próprio negócio. Atenção aos próximos 12 meses para podermos analisar o número de encerramentos destas mesmas novas empresas (neste caso não me importaria nada de estar errado).